Não é de hoje que a palavra tecnologia, que vem do grego e significa (técnica + estudo) tem sido muito usada em divulgações e campanhas de marketing no intuito de agregar valor a produtos oriundos de projetos de engenharia mecânica. No entanto, do ponto de vista de desenvolvimento, nem todo produto é originado por um processo que usa a tecnologia ao seu favor.

Muitos produtos entram no mercado através de desenvolvimento baseado em conhecimento empírico ou somente focados nos resultados da etapa de benchmarking no projeto, o que limita seu desempenho tornando-o apenas mais um no mercado, sendo este formado quase sempre por vários concorrentes com produtos muito semelhantes, mas dotados de tecnologia embutida segundo o marketing.

O uso da tecnologia na área da engenharia mecânica tem sido o principal fator de diferencial competitivo entre produtos da mesma finalidade nos últimos tempos, isso devido a um grande aporte de eletroeletrônica que promove aos sistemas mecânicos maior “inteligência” ao serem acionados, e torna mais ágeis e precisos os processos que estes sistemas mecânicos irão executar. Porém para executar uma determinada função, é necessário a existência do sistema mecânico desempenhando seu papel funcional e estrutural, que tem maior importância quanto mais robusta for a função a ser executada.

Para entender onde realmente está a tecnologia, não se deve ter somente aquela percepção de eletrônica embutida ou da complexidade de um equipamento dotado de sofisticação, e sim ter também a percepção de como ele foi concebido para realizar as funções que executa, verificando a diferença entre usar a tecnologia para criar diferenciais competitivos e agregar o valor a um produto, ou apenas carregar algo de sofisticação para chama-lo de tecnológico.

Este é um dos motivos pelo qual empresas que investem em pesquisa e desenvolvimento se posicionam à frente no mercado, criando inovações disruptivas para resolver determinadas necessidades, sendo largamente usadas como benchmarking pelas suas concorrentes. Porém aplicar definições baseadas somente na etapa de benchmarking é uma prática de alto risco, pois ao se inspirar muito em algo acaba-se produzindo mais do mesmo, uma vez que o benchmarking é uma fase importante na concepção de um produto, no entanto é um ponto de partida e não o final. Concorrentes que só utilizam benchmarking no desenvolvimento não possuem um diagnóstico apurado do produto que irão fabricar, executando definições sem embasamento teórico e técnico importante para evolução e diferencial do produto, tornando o fator tecnológico mera propaganda no momento comercial.

Na engenharia mecânica, o uso de ferramentas como simulação estrutural, medições mecânicas e dimensionamento teórico de sistemas mecânicos no desenvolvimento de produtos, principalmente na fase de planejamento e conceitualização, aliados ao aporte técnico de profissionais bem qualificados, promove às empresas uma potencialização nos resultados da etapa de benchmarking e um grande ganho de eficiência e eficácia em sua atividade, além de proporcionar a real noção por parte do seu público alvo de estar tendo acesso a um produto com valor agregado em tecnologia, com alto desempenho para sua finalidade e preço justo, diminuindo a ilusão e dando real fundamento a toda falácia em tecnologia, que tem sido pratica comum em muitos casos nas campanhas de marketing que bombardeiam a mídia.

Por Renan Machado da Silva.

Renan é engenheiro mecânico e especialista em gestão da inovação em projetos na Resistenge Soluções em Engenharia.

Empresa especializada em simulações por Elementos Finitos e implantação de critérios de projeto

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